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Dálmatas e Chinese Crested Dog

domingo, 13 de setembro de 2015

HERPESVÍRUS CANINO


O herpesvírus canino tipo I (CHV-1) é um vírus que atinge apenas cães domésticos e é fatal em neonatos (não existe relatos de outros canídeos que tenham contraído este vírus). O agente foi descrito pela primeira vez em 1964 mas que ainda é pouco conhecido por veterinários e criadores.

A transmissão  pode ocorrer das seguintes formas
- por via transplacentária (ainda no útero da mãe)
- durante a passagem do filhote pelo canal de parto
- pelas secreções oronasais da fêmea
- através de fômites (camas, comedouros, mamadeiras, etc)

A infecção ocasiona lesões sistêmicas, principalmente necrose e hemorragia em cães com menos de 2 semanas de idade. Filhotes mais velhos (com 2 a 5 semanas de vida) são mais resistentes e podem apresentar a forma não letal.
Acredita-se que a fraca capacidade de termorregulação e a incapacidade de esboçar uma resposta febril sejam os fatores primordiais para que a infecção ocorra de forma tão aguda e rapidamente fatal. Apos a infecção ocorre uma vasculite necrosante difusa que facilita a dispersão do vírus para diferentes órgãos como glândulas adrenais, fígado, rins, pulmões e baço resultando em necrose multifocal. O animal desenvolve uma trombocitopenia (queda significativa no número de plaquetas na corrente sanguínea) associada a coagulação intravascular disseminada (CID). A meningoencefalite é comum, porém filhotes com menos de uma semana morrem antes de apresentarem sintomas neurológicos. Os sobreviventes podem apresentar sequelas neurológicas da doença por toda a vida especialmente síndromes vestibulares cerebelares (labirintite). Se houver envolvimento ocular, pode ser observado catarata, ceratite e cegueira.

Os principais sintomas em filhotes são:
- letargia, dificuldade de mamar,
- choros constantes,
- diarréia amarelo-esverdeada,
- rinite,
- dor abdominal
- incoordenação motora.
- hemorragias petequiais são frequentemente observadas e estão associadas a trombocitopenia e vasculite.
A morte ocorre de 24 a 48h após o início dos sintomas.

Em filhotes com mais de 3 semanas, a infecção ocorre de forma leve e por vezes imperceptível a criadores menos experientes. Hepatomegalia, esplenomegalia e linfoadenopatia são comuns.

Em cães adultos o CHV-1 ocasiona, em machos, balanopostite, e em fêmeas, infertilidade, vulvovaginite, aborto e natimortalidade.
Existem alguns relatos da presença do CHV-1 como causador, em adultos e filhotes com mais de 4 semanas,  de quadros respiratórios, associados a casos de rinite, faringite e traqueobronquite

Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base nos sinais clínicos, alterações patológicas (observadas na necrópsia) e isolamento do vírus


Como prevenir 
- boa higienização do ambiente onde os filhotes ficam, e antissepsia de roupas, mães e calçados das pessoas que entram no local e manipulam os animais
- mães saudáveis e não imunossuprimidas são capazes de transmitir anticorpos pelo colostro que irão proteger os filhotes nas primeiras semanas de vida
- a vacina (eurican herpesvírus da Merial) já amplamente utilizada na europa ainda não está disponível no Brasil

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