Adolf Ulrik Wertmüller (1751-1811), Portrait of Henri Bertholet-Campan (1784-1821) as a Child, with the Dog Aline, NTUS. Oil on canvas, NMM ñ UNKR cm. Purchase: Hedda and N. D. Qvist Fund. Nationalmuseum, åã TNPPK
(foto: cão pelado africano - espécime taxidermizado do Rosthchild Zoological Museum)
Durante minha pesquisa sobre a origem da raça, encontrei algumas imagens bastante antigas que já retratam a raça. A mais antiga data de 1481 mas o retrato de Bertholet talvez seja a que melhor retrata a raça da forma como a conhecemos hoje, com sua docilidade e afeição por crianças que a transformou numa raça tão querida e admirada como cão de companhia.
African Crested Dog - by Cecil Aldin de 1895 - impresso na
"The Illustrated London News" em 1896
Chinese Emperor - propriedade de WK Taumton - ilusttração de R.H. Moore de 1896
Chinese Emperor - propriedade de WK Taumton - ilusttração de R.H. Moore de 1891
Gerard David (1484-1523) - Christ Nailed to the Cross de 1481
Existe uma história onde cães da raça são citados em inventários de casamento no século 15, na China, onde eram adornados com contas e outros efeitos em suas crinas durante as cerimônias.
Os cães tipo 'cobby", com pernas mais curtas, musculatura e ossatura mais desenvolvida eram os preferidos em alguns esportes e para caça e, caso não fossem hábeis caçadores e não proporcionassem uma boa quantidade de caça para seus donos eram transformados em jantar e utilizados como alimentos. Por outro lado os cães tipo "deer", magrelos e de pernas alongadas, eram vistos em templos, considerados animais sagrados e apreciados pela realeza como animais de companhia.
(acho um grande preconceito contra os baixinhos e fortinhos - rsrs)
Há uma história sobre o desenvolvimento do cão de crista chinês é contada por Elizabeth Kovacs e publicada por Maria Slatter na Inglaterra, no início do século XX., na revista do Clube do Cão de Crista de Chinês da Grã Bretanha.
Elizabeth Kovacs foi morar com seus pais (ambos médicos e missionários) na região entre a China e Mongólia, em 1927, quando tinha apenas 6 anos de idade. Em 1933, seus pais salvaram a vida de uma das esposas do tribal mongol Khan. Ao visitar a residência de Khan ela se deparou com 6 cadelas azuis e duas manchadas de pele nua e cabelos sedoso e lisos na região da cabeça e cauda. Em agradecimento por sua esposa favorita ter sido salva, Khan a presenteou com uma de suas cadelas. Ao retornar para a missão, a Srta Kovacs foi convidada a aprender mais sobre a raça na escola jesuíta.
Aparentemente, Vasco da Gama, no século XV foi presenteado com com 4 Xoloitzcuintle (pelados mexicanos) quando esteve no México. Em suas viagens, levou os cães consigo, e um padre jesuíta que o acompanhava, acabou por ficar responsável pelos animais e levou-os para um monastério no norte da China e foi lá que Srta Kovacs foi estudar sobre cuidados com cães sem pêlos.
Um Lama, no monastério, tinha um programa de estudo e criação de gatos pelados. Este programa serviu de base para o desenvolvimento da criação de cães também pelados.Cães de várias raças eram utilizados na tentativa de conseguir um cão sem pelo com as características comportamentais e morfológicas desejadas pelos Lama e pelos Khans. Foram portanto utilizados cães das raças Ibiza, Cão dos Faraós, Basenji, e maltês e os Xolo eram sempre introduzidos na terceira geração para se obter a variedade "hairless". Apenas os cães powder puff considerados perfeitos eram utilizados na criação, os demais eram doados para as esposas dos Khans. Todo o programa de acasalamento e melhoramento genético era realizado e documentado apenas dentro do monastério, onde os cães eram mantidos.
Em seus relatos, Elizabeth Kovacs afirma categoricamente que os chineses eram considerados como sagrados na região e nunca utilizados para alimentação. Em seus relatos ela inclui diversas informações sobre a raça e sobre cuidados com pele, pelagem e saúde de cães hairless de um modo geral.
A raça começou a ser vista em exposições de cães em 1885 mas permaneceu sendo rara e só foi reconhecida pela AKC em 1991! O padrão atual da raça foi descrito e publicado pela FCI em 2010.
Infelizmente muito da história da raça se perdeu durante a Revolução Chinesa.e durante as duas grandes guerras mundiais quando muitos documentos e livros foram perdidos e destruídos..
Os chineses começaram a ser expostos nos Estados Unidos por volta de 1880 por Ida Garret e em seguida por Debra Woods em 1920.
Uma das grandes divulgadoras da raça foi a famosa stripper americana Gypsy Rose Lee. Apaixonada pela raça, a stripper era vista com frequência em companhia de um exemplar da raça na década de 50.
Em 1965, Ruth Harris foi a primeira a importar cães de crista chines para Inglaterra, da criação de Debra Woods. e posteriormente adquiriu 3 exemplares da criação de Rose Lee, em 1969. No mesmo ano o clube ingles do Chinese Crested Dog foi fundado e em 1974 foi realizada a primeira exposição especializada da raça.
Um estudo genético sobre a evolução e diversidade genética do cão doméstico, realizado por Vilá, Maldonado e Wayne, publicado em "The Journal of Heredity 1999, descobriu que o DNA do Xoloitzcuintli e do Chinese Crested Dog não estão relacionados e que não há ancestral comum. O resultado de tal estudo nos faz refletir sobre os resultados do trabalho genético realizado no monastério chines descrito por Elizabeth Kovacs. Ao que parece, apesar dos esforços para criação de um nova raça na região da China, os nossos queridos chineses já existiam muito antes e são uma raça original e não uma raça fabricada pelo homem a partir do pelado mexicano como muitos ainda insistem em divulgar e corrobora os estudos que indicam que a raça já era observada durante a dinastia Han (200 a.C. - 220 d.C.)
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