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Dálmatas e Chinese Crested Dog

quarta-feira, 14 de março de 2018

RANGELIOSE CANINA




A Rangelia vitalli é um protozoário que causa em cães a rangeliose, doença descrita somente no Brasil, com distribuição possivelmente mais alta que a descrita em literatura. Afeta principalmente animais jovens, podendo incomumente acometer cães adultos, que vivem em áreas rurais ou periurbanas. Tal doença é transmitida por carrapatos da espécie Amblyoma aureolatum e Rhipicephalus sanguineus.    
     
Normalmente, os animais infectados podem apresentar os seguintes sinais clínicos: icterícia, febre intermitente, apatia, anorexia, fraqueza, desidratação, emagrecimento, hepato e esplenomegalia, linfoadenomegalia, petéquias, hematêmese, sangramento em narinas e diarreia sanguinolenta. A doença tem evolução de dias até 3 meses, dependo do estágio da doença, que pode ser aguda (ictérica), subaguda (hemorrágica) ou crônica. A sobreposição dessas fases já foi descrita em literatura.

Os parasitos são encontrados no interior de eritrócitos, neutrófilos e monócitos. Os achados laboratoriais são anemia macrocítica hipocrômica, resultado da lise dos eritrócitos afetados, mas pode ocorrer anemia normocítica normocrômica. Se houver tempo adequado para a resposta medular, a anemia encontrada é do tipo regenerativa. Baseado nisso, em esfregaço sanguíneo pode-se observar anisocitose, policromasia, metarrubricitemia e Corpúsculos de Howell-Jolly. Também podem ser observados esferócitos e aglutinação eritrocitária. A leucocitose pode estar ou não presente e a trombocitopenia pode variar de leve a moderada. Os achados de bioquímica sérica são inespecíficos, podendo as enzimas hepáticas estarem aumentadas em decorrência do processo inflamatório, além do aumento de bilirrubinas em decorrência da lise eritrocitária que pode ocorrer em casos mais graves da doença. A urina pode apresentar-se escurecida devido a presença de urobilinogênio e bilirrubinas excretadas.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito através de PCR de sangue total em EDTA, medula óssea em EDTA e material de linfonodo. A coleta de sangue periférico de ponta de orelha ou cauda aumenta a chance de detecção do DNA do patógeno. Outros métodos para auxílio diagnóstico consideram esfregaço de ponta de orelha para pesquisa direta, punção aspirativa por agulha fina de linfonodos e pesquisa em medula óssea.

Essa doença pode ser confundida com outras enfermidades, devido à similaridade de sinais clínicos. O diagnóstico diferencial deve incluir: babesiose, ehrlichiose, leishmaniose, leptospirose, verminoses intestinais e outras doenças que cursem com anemia, icterícia, febre, hepato/esplenomegalia e hemorragias.

Se o paciente não for tratado a tempo, pode evoluir a óbito. Os cães que se recuperam adquirem imunidade contra o parasito.



 Fonte: informativos TECSA 

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